quinta-feira, 4 de junho de 2009

Amadores Apaixonados...

Eu sei, eu sei! O título deste artigo é redundante sim! Neste mundo ocidental de telecomunicações avançadas onde todos sabem algo sobre todos os assuntos mas não sabem nada ou quase nada sobre algum assunto em profundidade… vasto como o oceano e raso como um pires… Portanto, cabe aqui a redundância. O assunto hoje é teatro amador. Teatro feito por quem ama, por amante; por pessoas cheias de paixão por algo ou por alguém.

E não vamos entrar em um jogo de palavras, por favor! Profissionais de um lado, amadores do outro… não! É o tipo de comparação que não serve para teatro. Conheço tanto atores profissionais apaixonados pelo teatro como atores amadores mais profissionais do que os que tiram o sustento da arte. Fazer teatro sem paixão, é triste. É passar a vida em preto e branco sem aromas e sem a dádiva do olhar. É ver e não perceber. O primeiro abalo e você desmancha.

Portanto pergunto: você faz teatro? Se faz, por que faz? Porque não tem nada para fazer ou porque é legal ou porque aquela menina ou aquele menino faz e aí… você entende ? Ah! Já sei. Você faz teatro para se conhecer melhor… Você é uma pessoa muito só ou talvez alguém da igreja empurrou este “cargo” para você; para cuidar do pessoal do teatro…

Sinto muito dizer mas todas estas justificativas não sustentam uma produção artística teatral duradoura, realizadora. Não se tornará sequer uma manifestação artística autêntica. Não que este universo de encontros e desencontros, perdas e danos não exista; existe sim, faz parte da convivência comunitária. Mas quando os objetivos paralelos e pessoais de cada um, são mais fortes que o objetivo coletivo, seja a realização de um espetáculo ou a formação de um elenco fixo ou até mesmo a profissionalização do grupo (por que não?), enfim, a criação coletiva é uma tarefa por demais árdua; o respeito mútuo, o espírito de grupo, deve prevalecer.

O fazer teatral não depende só de técnica ou só de inspiração. Depende também, e muito, da ética de cada um. Por isso, quando me pedem para assistir uma peça feita por amadores, espero encontrar pessoas apaixonadas, amantes do que fazem e de Deus, a quem consagram aquele espetáculo. De outra forma, será um fazer teatral por obrigação, ou por necessidade. Um dever ou um entretenimento fácil que não resultará em crescimento para ninguém. E de entretenimento barato a nossa sociedade esta cheinha de opções.

Não perca tempo cara! Alugue uma fitinha e chame os amigos. E vê se pega uma fita legal, nada de papo cabeça que dá sono, não é? E enquanto você dorme, a vida passa…


por Wagner Castilho

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