quarta-feira, 29 de julho de 2009

Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada...

Essa noite, eu tive um sonho de sonhador, sonhei com uma igreja esquisita. Ela não tinha muros, piso, púlpito, bancos ou aparelhagem de som. A igreja era só as pessoas. E as pessoas não tinham títulos ou cargos, ninguém era chamado de líder, pois a igreja tinha só um líder, o Messias. Ninguém era chamado de mestre, pois todos eram membros da mesma família e tinham só um Mestre. Tampouco alguém era chamado de pastor, apóstolo, bispo, diácono ou Irmão. Todos eram conhecidos pelos nomes, Maria, Pedro, Afonso, Julia, Ricardo...

Todos os que criam pensavam e sentiam do mesmo modo. Não que não houvesse ênfases diferentes, pois Tiago dizia: “Vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem das obras, para que ninguém se glorie”, enquanto Paulo dizia: “A pessoa é aceita por Deus por meio das suas obras e não somente pela fé”. Mas, mesmo assim, havia amor, entendimento e compreensão entre as pessoas e suas muitas ênfases.

Não havia teólogos nem cursos bíblicos, nem era necessário que ninguém ensinasse, pois o Espírito ensinava a todos e cada um compartilhava o que aprendia com o restante. E foi dessa forma que o Agenor, advogado, aprendeu mais sobre amor e perdão com Dinorá, faxineira.

Não havia gente rica em meio a igreja, pois ninguém possuía nada. Todos repartiam uns com os outros as coisas que estavam em seu poder de acordo com os recursos e necessidades de cada um. Assim, César que era empresário, não gastava consigo e com sua família mais do que Coutinho, ajudante de pedreiro. Assim todos viviam, trabalhavam e cresciam, estando constantemente ligados pelo vínculo do amor, que era o maior valor que tinham entre eles.

Não havia gente rica em meio a igreja, pois ninguém possuía nada. Todos repartiam uns com os outros as coisas que estavam em seu poder de acordo com os recursos e necessidades de cada um. Assim, César que era empresário, não gastava consigo e com sua família mais do que Coutinho, ajudante de pedreiro. Assim todos viviam, trabalhavam e cresciam, estando constantemente ligados pelo vínculo do amor, que era o maior valor que tinham entre eles.

Depois de todos satisfeitos, Paulo, bem desafinado, começou a cantar uma canção. Era um samba que falava de sua alegria de estar vivo e de sua gratidão a Deus. Maurício acompanhou no cavaquinho e todos cantaram juntos. Afonso quis orar agradecendo a Deus e orou. Patrícia e Bela compartilharam suas interpretações sobre um trecho do evangelho que estavam lendo juntas. Depois foi a vez de Sueli puxar uma canção. Era um bolero triste, falando das saudades que sentia do marido que havia falecido há pouco tempo. Todos cantaram e choraram com ela. Dessa vez foi Tiago que orou. Outras canções, orações, hinos e palavras foram ditas e todas para edificação da igreja.

Quando o sol estava se pondo, Filomena trouxe um enorme pão italiano e um tonelzinho com um vinho que a família dela produzia. O ápice da reunião havia chegado, pela primeira vez o silêncio tomou conta do lugar. Todos partiram o pão, encheram os copos de vinho e os olhos de lágrimas. Alguns abraçados, outros encurvados, todos beberam e comeram em memória de Cristo.

Acordei com um padre da Inquisição batendo à minha porta. Junto dele estavam pastores, bispos, policiais, presidentes, ditadores, homens ricos e um mandado de busca. Disseram que houvera uma denúncia e que havia indícios de que eu era parte de um complô anarquista para acabar com a religião. Acusaram-me de freqüentar uma igreja sem líderes, doutrina ou hierarquia; me ameaçaram e falaram: “Ninguém vai nos derrubar!”. Expliquei: “Vocês estão enganados, não fui a lugar nenhum, não encontrei ninguém ou participei de nada... aquela é apenas a igreja dos meus sonhos”.


by underground

sábado, 25 de julho de 2009

De seu Amigo: Cristo

"(...)Se eu lhe disser palavras bonitas, capazes de fazer você se sentir importante, mas não amá-lo, não serei seu amigo.
Se eu compartilhar meu conhecimento com você, de forma que compreenda todos os mistérios do universo, mas não amá-lo, não serei de forma alguma seu amigo.
Se eu der toda a minha comida para alimentar sua família e cuidar de todas as suas necessidades, mas não amá-lo, não serei seu amigo.
Serei sempre paciente com você.
Serei sempre gentil com você.
Nunca sentirei ciúmes de seus outros amigos.
Embora eu seja o único filho de meu Pai, nunca tentarei ser superior.
Nunca serei esnobe, nem rude.
Não vou tirar vantagem de você para conseguir o que puder.
Não me irritarei à toa.
Não ficarei chocado quando você me desapontar.
Não me alegrarei com seus erros, mas quando você for sincero consigo.
Não existe limite para meu perdão, para minha confiança e esperança em você, para minha capacidade de suportar todas as provas de amizade em relação a você.
Nunca trairei sua confiança.
As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará, mas eu não o esquecerei.
Jamais deixarei de ser seu amigo.
Talvez sua memória não seja tão boa.
Se você esquecer tudo, não esqueça de que há três coisas duradouras na amizade:
fé, esperança e amor.
E a maior delas é o amor."

Brennam Manning